Alexandre de Moraes: o homem que ameaça destruir a democracia no Brasil

Triste é a nação governada por covardes, pois a covardia sempre abre espaço para o triunfo do mal.

Sejamos diretos: pouco importa a posição ideológica de cada um — é inegável que o ministro do STF Alexandre de Moraes vem acumulando ilegalidades, arbitrariedades e abusos em sua cruzada persecutória contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e inúmeros de seus apoiadores. A prisão de Filipe Martins foi claramente ilegal, a pena de 14 anos imposta à cabeleireira Débora dos Santos é desproporcional e absurda, e a delação do coronel Cid carrega vícios, falhas e violações. Ninguém, absolutamente ninguém, duvida dessas evidências. A diferença está em como cada um reage: uns toleram por medo, outros por impotência, e alguns por pura conveniência política.

Os que se calam por temor acreditam que o silêncio os protegerá. Os impotentes fazem o que podem — protestam nas redes sociais, participam de manifestações pró-anistia. Já os que se omitem por conveniência imaginam que a queda de Bolsonaro os favorecerá no jogo de poder. É inegável, no entanto, que existem parlamentares, advogados, jornalistas e cidadãos corajosos que tentam resistir. Tentativas quase sempre frustradas pela ausência de meios concretos para conter o homem que arrasta o Brasil rumo a uma ditadura.

Talvez existam outras razões para a tolerância aos abusos, mas as principais estão acima. O erro, contudo, é imaginar que, após a prisão de Bolsonaro, Moraes se conterá. Foi exatamente essa a ilusão durante as eleições de 2022: acreditava-se que, encerrado o pleito, cessariam os abusos do STF e do TSE — entre eles a censura prévia. Não só não cessaram, como se intensificaram, a exemplo do inquérito do “fim do mundo”, que já ultrapassa seis anos de existência sem base constitucional clara. A história ensina que tiranos não abrem mão do poder espontaneamente — nem mesmo em enredos de ficção.

Será plausível acreditar que, depois de prender Jair Bolsonaro em um processo repleto de ilegalidades, Alexandre de Moraes simplesmente se retirará de cena e restaurará, num passe de mágica, os princípios constitucionais que ele próprio violou? Alguém crê que o nível de tensão e divisão na sociedade brasileira esteja diminuindo? Já se perguntou o que aconteceria com o país se Bolsonaro morresse na prisão? É para esse abismo institucional que Moraes empurra o Brasil.

A elite brasileira, do alto de sua soberba, parece ter esquecido a lição de Frankenstein: quem cria um monstro não controla seu destino. Alexandre de Moraes já se tornou um monstro fora de controle, e arrasta o Brasil para um caminho sem volta. E a pergunta que se impõe é inevitável: depois de Bolsonaro, quem será o próximo alvo? Michele? Eduardo? Tarcísio?

Triste é a nação governada por covardes, pois a covardia sempre abre espaço para o triunfo do mal.

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Adolfo Sachsida

Ex-Ministro de Minas e Energia e Ex-Secretário de Política Econômica

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