Por que seguir no caminho da discórdia?

Nada de bom irá resultar desse curso de ação

Esse texto te convida para uma reflexão simples: o que será do Brasil em novembro de 2026? Ou de maneira mais clara, como estará o Brasil uma semana após as eleições presidenciais do ano que vem? Se seguirmos no caminho atual três cenários são possíveis e os descreverei abaixo.

No primeiro cenário Lula será reeleito. Nesse cenário muitos de nós teremos que deixar o Brasil, será a consolidação de um regime Venezuelano em nossas terras. Os milionários e bilionários brasileiros, muitos de esquerda, serão os primeiros a sair e se refugiarem na Europa ou nos Estados Unidos. Afinal, quem tem dinheiro não gosta de correr riscos desnecessários. Mas a classe média terá que sair também. Vamos nos lembrar do que aconteceu na Venezuela, quem sai primeiro consegue pelo menos vender seu patrimônio e tentar a sorte em outro lugar com algum dinheiro no bolso. Não há nem democracia e nem liberdade para o Brasil nesse cenário, restará apenas o arbítrio do poder e a decadência econômica.

No segundo cenário, um outsider venceria as eleições. Aqui me refiro a um outsider mesmo, alguém que nenhum de nós sequer imagina que irá disputar o pleito presidencial ano que vem. Outsiders assim podem se revelar grandes surpresas positivas e tornarem-se grandes estadistas. Infelizmente, na maioria dos casos, revelam-se um risco enorme e costumam piorar consideravelmente a situação, seja dobrando a aposta na polarização política, seja por meio de planos econômicos populistas que se sustentam por um ou dois anos e depois jogam a população na miséria. Nesse cenário o provável é que a polarização aumente e a situação econômica piore, pondo em risco nossa democracia e nossa liberdade.

O terceiro cenário é o cisne negro, definição para eventos raros, imprevisíveis e de forte impacto. Um cisne negro é sempre uma possibilidade, infelizmente, tal como no caso dos outsiders, um cisne negro dificilmente aparece para pacificar as relações sociais. Por exemplo, um cisne negro possível é não termos eleições ano que vem. Difícil de acreditar que um evento desse tipo possa trazer algo de bom para nossa sociedade. Logo, nesse cenário, teríamos também a piora da situação econômica associada com a perda de nossa democracia e de nossa liberdade.

Você pode estar se perguntando sobre as chances de Eduardo e Michelle Bolsonaro. Acredito que ambos teriam muitas chances de se elegerem presidente do Brasil com o apoio do ex-presidente. Contudo, como fica claro a cada dia, tão logo Bolsonaro seja posto fora do jogo o sistema dará um jeito de impedir a candidatura de ambos. Acirrando ainda mais a polarização e a perseguição política em nosso país. E nos aproximando cada vez mais uma eleição venezuelana, onde todos que tinham chances de vencer o ditador Maduro eram declarados impedidos de concorrer pela justiça.

Eu sei que a Faria Lima sonha com Tarcísio, sei que alguns de meus amigos sonham com Zema, outros com Ratinho Jr e, um grupo menor e mais amante de mesóclises, com Temer. A vocês só tenho duas coisas a dizer:

a) vocês não conhecem o PT. Tão logo Bolsonaro seja posto fora da disputa eleitoral o PT vai partir com tudo para cima dos governadores de oposição; e

b) vocês não conhecem o desespero e a raiva que está crescendo em parcela expressiva da população brasileira vendo governadores não se unirem para forçarem a votação da anistia e o impeachment de Alexandre de Moraes. Dizer que seu primeiro ato como presidente será anistiar Bolsonaro apenas esconde o fato de que você só lutará pela anistia em 2027. Esconde também o fato de que você não tem resposta para a seguinte pergunta: “E o que você fará se o STF barrar o perdão presidencial a Bolsonaro?”. Também deixa sem resposta sua posição em relação ao impeachment de Alexandre de Moraes, pauta cara a milhões de brasileiros que sofrem com a perseguição desse ministro que coloca em risco as instituições de nosso país.

Então pergunto, por que seguir nesse caminho de discórdia e polarização? Nada de bom irá resultar desse curso de ação. A solução é simples: permitir ao ex-presidente Jair Bolsonaro se candidatar. Com Bolsonaro livre para concorrer ocorreria um movimento natural de realinhamento político com o centro se aproximando do ex-presidente. Uma vez eleito com o apoio dos governadores de oposição, Bolsonaro teria o compromisso de governar por quatro anos com o principal objetivo de pacificar o país. Na agenda econômica: um teto para a dívida pública e foco nas agendas microeconômicas, sem sobressaltos, sem surpresas. Um governo de transição e pacificação nacional, ajustando as contas públicas e preparando o Brasil para o próximo presidente que, ao assumir em 2030, encontraria um país pacificado, com as contas públicas em ordem e pronto para seguir em frente com harmonia, paz e respeito.

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Adolfo Sachsida

Ex-Ministro de Minas e Energia e Ex-Secretário de Política Econômica

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