31 de agosto de 2025

Por que seguir no caminho da discórdia?

Nada de bom irá resultar desse curso de ação Esse texto te convida para uma reflexão simples: o que será do Brasil em novembro de 2026? Ou de maneira mais clara, como estará o Brasil uma semana após as eleições presidenciais do ano que vem? Se seguirmos no caminho atual três cenários são possíveis e os descreverei abaixo. No primeiro cenário Lula será reeleito. Nesse cenário muitos de nós teremos que deixar o Brasil, será a consolidação de um regime Venezuelano em nossas terras. Os milionários e bilionários brasileiros, muitos de esquerda, serão os primeiros a sair e se refugiarem na Europa ou nos Estados Unidos. Afinal, quem tem dinheiro não gosta de correr riscos desnecessários. Mas a classe média terá que sair também. Vamos nos lembrar do que aconteceu na Venezuela, quem sai primeiro consegue pelo menos vender seu patrimônio e tentar a sorte em outro lugar com algum dinheiro no bolso. Não há nem democracia e nem liberdade para o Brasil nesse cenário, restará apenas o arbítrio do poder e a decadência econômica. No segundo cenário, um outsider venceria as eleições. Aqui me refiro a um outsider mesmo, alguém que nenhum de nós sequer imagina que irá disputar o pleito presidencial ano que vem. Outsiders assim podem se revelar grandes surpresas positivas e tornarem-se grandes estadistas. Infelizmente, na maioria dos casos, revelam-se um risco enorme e costumam piorar consideravelmente a situação, seja dobrando a aposta na polarização política, seja por meio de planos econômicos populistas que se sustentam por um ou dois anos e depois jogam a população na miséria. Nesse cenário o provável é que a polarização aumente e a situação econômica piore, pondo em risco nossa democracia e nossa liberdade. O terceiro cenário é o cisne negro, definição para eventos raros, imprevisíveis e de forte impacto. Um cisne negro é sempre uma possibilidade, infelizmente, tal como no caso dos outsiders, um cisne negro dificilmente aparece para pacificar as relações sociais. Por exemplo, um cisne negro possível é não termos eleições ano que vem. Difícil de acreditar que um evento desse tipo possa trazer algo de bom para nossa sociedade. Logo, nesse cenário, teríamos também a piora da situação econômica associada com a perda de nossa democracia e de nossa liberdade. Você pode estar se perguntando sobre as chances de Eduardo e Michelle Bolsonaro. Acredito que ambos teriam muitas chances de se elegerem presidente do Brasil com o apoio do ex-presidente. Contudo, como fica claro a cada dia, tão logo Bolsonaro seja posto fora do jogo o sistema dará um jeito de impedir a candidatura de ambos. Acirrando ainda mais a polarização e a perseguição política em nosso país. E nos aproximando cada vez mais uma eleição venezuelana, onde todos que tinham chances de vencer o ditador Maduro eram declarados impedidos de concorrer pela justiça. Eu sei que a Faria Lima sonha com Tarcísio, sei que alguns de meus amigos sonham com Zema, outros com Ratinho Jr e, um grupo menor e mais amante de mesóclises, com Temer. A vocês só tenho duas coisas a dizer: a) vocês não conhecem o PT. Tão logo Bolsonaro seja posto fora da disputa eleitoral o PT vai partir com tudo para cima dos governadores de oposição; e b) vocês não conhecem o desespero e a raiva que está crescendo em parcela expressiva da população brasileira vendo governadores não se unirem para forçarem a votação da anistia e o impeachment de Alexandre de Moraes. Dizer que seu primeiro ato como presidente será anistiar Bolsonaro apenas esconde o fato de que você só lutará pela anistia em 2027. Esconde também o fato de que você não tem resposta para a seguinte pergunta: “E o que você fará se o STF barrar o perdão presidencial a Bolsonaro?”. Também deixa sem resposta sua posição em relação ao impeachment de Alexandre de Moraes, pauta cara a milhões de brasileiros que sofrem com a perseguição desse ministro que coloca em risco as instituições de nosso país. Então pergunto, por que seguir nesse caminho de discórdia e polarização? Nada de bom irá resultar desse curso de ação. A solução é simples: permitir ao ex-presidente Jair Bolsonaro se candidatar. Com Bolsonaro livre para concorrer ocorreria um movimento natural de realinhamento político com o centro se aproximando do ex-presidente. Uma vez eleito com o apoio dos governadores de oposição, Bolsonaro teria o compromisso de governar por quatro anos com o principal objetivo de pacificar o país. Na agenda econômica: um teto para a dívida pública e foco nas agendas microeconômicas, sem sobressaltos, sem surpresas. Um governo de transição e pacificação nacional, ajustando as contas públicas e preparando o Brasil para o próximo presidente que, ao assumir em 2030, encontraria um país pacificado, com as contas públicas em ordem e pronto para seguir em frente com harmonia, paz e respeito.

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A real (des)importância da revista The Economist

Muito barulho em torno da capa da revista The Economist, que retrata de forma extremamente negativa o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na prática, porém, a capa apenas confirma o que muitos já sabem: a grande mídia deixou de ter como objetivo central informar, passando a sustentar agendas de poder. Quem acompanha o noticiário com mínima atenção já percebeu — ou ao menos desconfia fortemente — dessa mudança. Não à toa, cada vez mais pessoas recorrem a fontes alternativas de informação. A The Economist é uma revista de alcance mundial, com tiragem de cerca de 1,5 milhão de exemplares — algo como 6 milhões de leitores em potencial. Números respeitáveis, mas que perdem impacto quando lembramos que um único vídeo de Nikolas Ferreira pode ter um alcance dez vezes maior. Talvez até a programação diurna da Rede Vida consiga público semelhante ao da The Economist. Mas a relevância da revista não está no número de exemplares, e sim em quem tem acesso a ela. Parte considerável dos bilionários, investidores e formadores de opinião internacionais recebe a The Economist. Note-se: “tem acesso” não é o mesmo que “lê”. E aqui está um ponto crucial. No passado, elites tinham tempo e formação para cultivar leitura, arte e pensamento. Hoje, num mundo em que muitos bilionários escolhem trabalhar 12, 14 ou 18 horas por dia para manter ou expandir sua riqueza, sobra pouco espaço para folhear revistas semanais. Quem de fato lê a The Economist? Em geral, os herdeiros de grandes fortunas — que, como os aristocratas de outrora, dispõem de tempo livre — e os aspirantes ao chamado beautiful people. Esse segundo grupo é formado por estudantes, economistas, advogados, jornalistas e acadêmicos que acreditam que ler a revista pode abrir portas: bolsas de estudo, empregos, convites, aceitação dentro do grupo, ou recursos de pesquisa. A influência da The Economist está menos em seu conteúdo e mais em sua função simbólica. Ela dita, para burocratas internacionais, herdeiros ociosos e bajuladores profissionais, o que deve ser considerado “bonito” ou “feio”, “certo” ou “errado”, “aceitável” ou “inaceitável”. E nem é necessário que a leiam: basta o impacto da capa e da manchete principal, suficientes para formar a convicção superficial, tediosa e arrogante típica dos medíocres. Um coro que, no fim, ecoa a velha máxima: “duas patas mau, quatro patas bom”.

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Alexandre de Moraes: o homem que ameaça destruir a democracia no Brasil

Triste é a nação governada por covardes, pois a covardia sempre abre espaço para o triunfo do mal. Sejamos diretos: pouco importa a posição ideológica de cada um — é inegável que o ministro do STF Alexandre de Moraes vem acumulando ilegalidades, arbitrariedades e abusos em sua cruzada persecutória contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e inúmeros de seus apoiadores. A prisão de Filipe Martins foi claramente ilegal, a pena de 14 anos imposta à cabeleireira Débora dos Santos é desproporcional e absurda, e a delação do coronel Cid carrega vícios, falhas e violações. Ninguém, absolutamente ninguém, duvida dessas evidências. A diferença está em como cada um reage: uns toleram por medo, outros por impotência, e alguns por pura conveniência política. Os que se calam por temor acreditam que o silêncio os protegerá. Os impotentes fazem o que podem — protestam nas redes sociais, participam de manifestações pró-anistia. Já os que se omitem por conveniência imaginam que a queda de Bolsonaro os favorecerá no jogo de poder. É inegável, no entanto, que existem parlamentares, advogados, jornalistas e cidadãos corajosos que tentam resistir. Tentativas quase sempre frustradas pela ausência de meios concretos para conter o homem que arrasta o Brasil rumo a uma ditadura. Talvez existam outras razões para a tolerância aos abusos, mas as principais estão acima. O erro, contudo, é imaginar que, após a prisão de Bolsonaro, Moraes se conterá. Foi exatamente essa a ilusão durante as eleições de 2022: acreditava-se que, encerrado o pleito, cessariam os abusos do STF e do TSE — entre eles a censura prévia. Não só não cessaram, como se intensificaram, a exemplo do inquérito do “fim do mundo”, que já ultrapassa seis anos de existência sem base constitucional clara. A história ensina que tiranos não abrem mão do poder espontaneamente — nem mesmo em enredos de ficção. Será plausível acreditar que, depois de prender Jair Bolsonaro em um processo repleto de ilegalidades, Alexandre de Moraes simplesmente se retirará de cena e restaurará, num passe de mágica, os princípios constitucionais que ele próprio violou? Alguém crê que o nível de tensão e divisão na sociedade brasileira esteja diminuindo? Já se perguntou o que aconteceria com o país se Bolsonaro morresse na prisão? É para esse abismo institucional que Moraes empurra o Brasil. A elite brasileira, do alto de sua soberba, parece ter esquecido a lição de Frankenstein: quem cria um monstro não controla seu destino. Alexandre de Moraes já se tornou um monstro fora de controle, e arrasta o Brasil para um caminho sem volta. E a pergunta que se impõe é inevitável: depois de Bolsonaro, quem será o próximo alvo? Michele? Eduardo? Tarcísio? Triste é a nação governada por covardes, pois a covardia sempre abre espaço para o triunfo do mal.

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Adolfo Sachsida

Ex-Ministro de Minas e Energia e Ex-Secretário de Política Econômica.